Hermann Gmeiner
abril 28 2011

Hermann Gmeiner: uma história de sucesso

"Ajudar e amar são as expressões mais maduras e mais perfeitas da razão humana.”

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Esta é uma história real.

Era inverno. Ele tinha apenas 5 anos quando sua mãe morreu, justo quando a mãe é o centro do mundo. Sua irmã mais velha, Elsa, assumiu o cuidado dos outros 8 irmãos.

Para ele, era como se começasse um novo dia sem o sol nascer. Como se faltasse ar no quarto. Como se o cobertor não pudesse espantar o frio que vinha de fora.

E assim foi. Aos 12 anos, ele tinha um desejo profundo de estudar, mas a situação financeira em que viviam não permitia. Então, ele rezava para que um milagre acontecesse. O milagre de poder estudar. Só aos 17 conseguiu uma bolsa de estudos, longe de sua cidade, e teve que deixar para trás a única referencia de amor que tinha consigo: o amor de sua família.

Ele foi, mas se sentia só e sofria. Não só por estar longe de casa, mas por que via um mundo com tanto por ser feito, com tantos problemas por resolver, que não podia ficar parado.

Durante a guerra, lembrava-se de sua casa, que cheirava a pão, a conforto, a calor. Tinha um nó na garganta. Para trás ficaram sua infância e juventude.
Mas a vida tinha que ser mais do que guerra e pobreza. Ele sabia que queria fazer algo pelas pessoas, pelas crianças, pelo mundo. Sabia que mesmo da mais profunda escuridão surge um caminho para a luz. Mas não queria apenas ficar esperando.  Ele tinha que fazer algo. E fez.

Em 1949, Hermann Gmeiner largou tudo e criou um modelo de Acolhimento para crianças que reproduzisse a felicidade e o calor que ele experimentou em sua família: as Aldeias Infantis SOS.

Com o equivalente a apenas 70 reais no bolso, mas com um trabalho incansável e a ajuda de muitos apoiadores, nasceu uma organização especial, uma esperança de vida para centenas de crianças.

Hoje as Aldeias Infantis SOS estão em 132 países, inclusive no Brasil. Atendemos 10.000 crianças diariamente, buscando oferecer-lhes amor, respeito e segurança.

Hermann Gmeiner sabia que para ser bom era preciso ter coragem. Em suas viagens pelos países para conhecer as novas Aldeias, muitas vezes não entendia ninguém, mas se comunicava por olhares e gestos, sentindo-se em casa.

Nas Aldeias no Brasil, sentia-se em casa, quando todas as crianças queriam ver o “narigudo” Gmeiner.

Ao longo do dia as imagens da miséria iam ficando gravadas uma atrás da outra. Mesmo com tantas conquistas, ele ainda queria chorar. Os dias passaram voando. Os anos passaram voando.

Infelizmente, se precisa de dinheiro para fazer o bem. Mas só dinheiro não é suficiente. Os presentes mais caros não valeriam nada se por trás deles não existisse um espírito humanitário, um espírito de amor.

Hermann Gmeiner (1919 – 1986) foi o fundador das Aldeias Infantis SOS. Em 23 de junho seria comemorado o aniversário desse homen, que desde 1949 até sua morte dedicou sua vida para essa Organização e para o desenvolvimento de um modelo pioneiro no cuidado de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.