Acolhido pela Aldeias Infantis é adotado após 8 anos

Brasileira que vive na França adotou o garoto aos 14 anos.

Em 2011, com 7 anos, Bruno* chegou a Aldeias Infantis SOS Brasil. Era uma criança cooperativa, que fazia questão de cuidar do cachorro e na maior parte do tempo tranquila, mas ao mesmo tempo mostrava-se muito solitária. Foi através do esporte que conseguiu fazer amigos e se entrosar com a comunidade.
Enquanto vivia na Aldeias Infantis, Bruno* fazia terapia para entender a sua história de vida e até construiu um álbum fotográfico, “Fazendo minha História”, em conjunto com duas voluntárias. Bruno* sempre participou ativamente de todos os projetos esportivos e culturais, gostava de desenhar heróis e brincava muito com seu irmão, que sofre de transtorno do espectro autista.
O garoto passou por duas tentativas de adoção, porém, antes mesmo do estágio de convivência, as duas famílias acabaram desistindo do processo. Depois destas tentativas frustradas, a ideia de encontrar uma família parecia cada vez mais distante.
Quando completou 13 anos, foi incluído no Projeto Encontrar Alguém - criado pelo Juizado da Infância - que busca famílias para as crianças consideradas inadotáveis - quer seja por idade avançada, por deficiência ou por ser grupo de irmãos -  e com o esforço diário dos colaboradores da SOS Manaus para encontrar uma família para Bruno, o sonho dele estava prestes a se concretizar.
Foi assistindo um vídeo do Projeto Encontrar Alguém no qual Bruno* afirmava querer uma família para chamar de sua, que sua mãe decidiu que ele seria o seu filho. Ao entrar em contato com o Gestor do Programa da Aldeias Infantis em Manaus, Nelson Peixoto - a quem já conhecia pelo forte trabalho de assistência à crianças e adolescentes - Julia* afirmou ter sentido grande empatia pela criança e disse que tinha o desejo de adotá-lo.
Julia* vivia na França e o processo de adoção durou cerca de 13 meses, passando por diversas etapas como, apresentação e conhecimento mútuo por vídeo conferência, visita da futura mãe para aproximação física, entrada documental na Vara da Infância, viagem de Bruno* a Paris para passar férias, vinda da mãe para o estágio de convivência e finalmente, o final feliz. Legalizado, com nova certidão de nascimento e passaporte em mãos, Bruno* finalmente tinha encontrado uma família para chamar de sua.
Como Bruno* completará 15 anos no próximo mês de outubro e, pela legislação francesa, esta é a idade limite para a adoção, Julia*, que tem residência no Brasil, adotou a criança. Para poder viver na França, o garoto será adotado pelo marido dela, seguindo a legislação local.
 
São histórias como essa que renovam a esperança na adoção, mesmo que tardia.


  Quero fazer parte da maior família do mundo