Isolamento social pode aumentar casos de violência contra crianças e adolescentes

Confinamento e restrições de atividades dificultam pedidos de socorro e inibem atuação dos serviços de proteção. 

O atual cenário de confinamento causado pelo coronavírus torna crianças e adolescentes ainda mais vulneráveis para situações de violência e abusos. O isolamento social faz com que as vítimas fiquem próximas de seus agressores, ao mesmo tempo em que dificulta os pedidos de socorro e inibe a atuação dos serviços de proteção.

Esta situação tende a piorar um quadro que já era grave antes mesmo do surgimento da pandemia: todos os anos, mais de seis milhões de crianças e jovens são vítimas de abusos na América Latina e no Caribe, sendo que mais de 80 mil morrem por conta de maus-tratos domésticos.

Em 25 de abril foi celebrado o Dia Internacional Contra os Maus-Tratos Infantis, uma data importante para conscientizar sobre a violência sofrida pelos mais vulneráveis, e que muitas vezes ocorre dentro de suas próprias casas.

A Aldeias Infantis SOS Brasil combate esses crimes em diversas frentes. Além de prestar assistência e encaminhar as vítimas para os serviços públicos de proteção, a organização social também realiza palestras, oficinas e rodas de conversa em todo o país para destacar a importância de todos na prevenção e denúncia de maus-tratos, especialmente na atual situação.

“Estamos convencidos de que todas as pessoas, pais, mães, responsáveis, sociedade civil e governos devem trabalhar juntos para redobrar seus esforços durante esse período de isolamento social, a fim de acompanhar essas crianças e promover um lar seguro, onde o amor e a proteção sejam oferecidos a elas”, afirma a gerente nacional de programas, Michéle Mansor.

A Política de Proteção de Emergências da Aldeias Infantis SOS Internacional dita que todas as crianças e jovens devem ter o direito de se desenvolver em um ambiente afetivo, seguro e protetor. Para garantir isso em tempos de isolamento social, a entidade lançou o Fundo de Emergência Humanitária para fortalecer os projetos de atendimento familiar e proteção infantil.

“Queremos evitar que crianças e adolescentes tenham seus direitos violados e sejam separados de suas famílias devido à violência. O Fundo vai trazer recurso para ampliarmos ainda mais o nosso atendimento e prestar suporte outras centenas de famílias em vulnerabilidade social, incluindo doações de cestas básicas e produtos de primeira necessidade”, explica Michéle.

Sabemos que cuidar de crianças não é tarefa fácil. A Aldeias Infantis cuida e protege crianças e adolescentes no mundo todo. No Brasil, 85% das doações são realizadas nas ruas. Sem esses recursos, o risco de paralisar atividades e encerrar diversos projetos é enorme. Mais do que nunca precisamos da sua ajuda para manter nossa atuação.  

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