agosto 12 2020

Os desafios da pandemia para os jovens

Como trabalhamos para impulsionar sua autonomia 

A crise da COVID-19 agravou muitas desigualdades sociais e econômicas já enfrentadas pelos jovens, especialmente para aqueles que perderam ou correm o risco de perder seus vínculos familiares. No entanto, trabalhar habilidades como a resiliência, possibilita que os jovens se tornem agentes de mudança, capazes de protagonizar iniciativas que inspirem e impulsionem alternativas diante desta crise mundial.  

"Reconhecemos que, no contexto da emergência sanitária, os jovens têm sido particularmente afetados nas diferentes dimensões de suas vidas: educacional, social, emocional e laboral. Por isso, é nosso compromisso aprimorar seu papel de liderança em resposta à pandemia, tendo em conta que, por meio de suas experiências, propostas e ações podemos encontrar alternativas à esta crise”, afirma Alberto Guimarães, Diretor Nacional da Aldeias Infantis SOS Brasil.  

Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), antes do início da emergência sanitária, o desemprego entre os jovens em 2020 estava em 18%. Em abril deste ano, esta taxa já havia aumentado para 32,2%. Por sua vez, a UNESCO estima que 177 milhões de crianças e jovens no mundo deixaram de frequentar as escolas. E, diante da virtualização da educação, a população mais vulnerável será altamente prejudicada, pois nem sempre possui dispositivos eletrônicos e uma internet capaz de acessar os conteúdos educativos.  

"A situação atual torna nossos projetos ainda mais fundamentais, mas o esforço pela juventude deve ser de todos. Apelamos urgentemente aos governantes e aos principais atores deste contexto para redobrar esforços e criar mais oportunidades para os jovens: em sua formação, no acesso ao emprego e na transição para a vida adulta, de forma autônoma e progressiva", acrescentou Michéle Mansor, Gerente Nacional de Desenvolvimento Programático da Aldeias Infantis SOS Brasil.  

Nossos Projetos

Entre os projetos voltados a juventude, podemos citar o “YouthCan!”, a “Residência Assistida” e a “Casa de Oportunidades”. O primeiro tem como objetivo fortalecer e complementar a formação e o desenvolvimento da empregabilidade dos jovens participantes dos nossos programas, em seu caminho para a autossuficiência. Isso se dá por meio de parcerias empresariais que permitem a participação em ambientes de trabalho; desde espaços de formação e de acompanhamento, até a mentoria presencial ou virtual. 

O segundo, a Residência Assistida, tem foco nos adolescentes e jovens acolhidos pela nossa organização. No programa, criamos um Plano de Desenvolvimento Individual que trabalha empregabilidade, geração de renda e formação crítica para uma participação social ativa de cada jovem. 

A Casa de Oportunidades é o nosso centro de convivência juvenil. Neste espaço, incentivamos a formação e a capacitação dos jovens, para que eles sejam autônomos e capazes de transformar a sua realidade e da comunidade onde vivem.  
 

O poder da juventude 

João Willian da Rocha é um destes jovens com um potencial brilhante. Hoje, aos 19 anos, William frequentou a Casa de Oportunidades, da Aldeais Infantis SOS Brasil, em São Paulo, durante dois anos. 

Lá, teve acesso a diversos cursos, em temáticas como: política, ética, cidadania, inglês, matemática, informática, educação ambiental e o ingresso no mercado de trabalho. O jovem mudou a sua visão sobre a importância destas formações: “Antes de participar da Casa de Oportunidades, não acreditava muito no impacto destas formações, mas cada uma delas mudou a minha trajetória de vida. Foi recompensador e me levou muito à frente”.  

Atualmente, terminando um curso técnico de bombeiro civil, William tem grandes planos para o futuro: quer fazer um curso de Segurança do Trabalho, começar uma faculdade e formar uma família com a sua esposa. 

Diante desta pandemia, ele acredita que os maiores desafios para os jovens está na falta de oportunidades, já que muitos jovens perderam seus empregos e, aqueles que nunca trabalharam, devem ter mais dificuldades para conseguir uma primeira chance. Mesmo com todas estas adversidades, Willian deixa uma mensagem de otimismo: “Podemos seguir em frente, não devemos ficar estagnados”. 

Outra jovem que tem um futuro promissor pela frente é Nathalie Ramalho, de 18 anos. Ela participou da Casa de Oportunidades, da Aldeais Infantis SOS Brasil, em São Paulo, dos 14 aos 17 anos, e acredita no poder do conhecimento para mudar o mundo. “Sempre fui muito estudiosa e questionadora. No projeto aprendi a trabalhar em equipe e a debater sobre diversos assuntos, com pessoas das mais diferentes opiniões”, conta a jovem.

Para o futuro, Nathalie sonha em ser uma influenciadora. Ela deseja inspirar outros jovens e crianças de uma forma construtiva. “Quero me conectar com as pessoas e compartilhar ideias. Devemos usar a internet para propagar as nossas vozes e quebrar estereótipos”, afirma Nathalie, que está começando a sua primeira experiência profissional em uma agência de publicidade e propaganda, em home office, ao mesmo tempo em que se dedica aos seus estudos e cursos. 

Esses jovens são uma inspiração para continuarmos fazendo o nosso trabalho. E você pode contribuir com a construção de um futuro melhor para milhares de jovens. 

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