Nelson Peixoto: 25 anos de dedicação às crianças da Aldeias Infantis SOS Brasil

Nelson Peixoto: 25 anos de dedicação às crianças da Aldeias Infantis SOS Brasil

Desde 1994, gestor do programa de Manaus se empenha no resgate e fortalecimento de crianças e famílias em situação de vulnerabilidade

Nelson Peixoto já tinha 43 anos e décadas de experiência em projetos sociais quando observou uma movimentação atípica no terreno em frente sua casa, no bairro Alvorada, em Manaus. Sem saber, em 1994, o homem testemunhava a montagem da primeira tenda para a construção da Aldeias Infantis SOS Brasil no Amazonas, até hoje a única na região Norte do país.

Poucos dias depois, o nome daquela organização até então desconhecida voltou a chamar sua atenção: um classificado de jornal anunciava a vaga de superintendente para um projeto que ainda estava em fase de desenvolvimento. Nelson aceitou o desafio e essa jornada completou, em setembro, 25 anos de dedicação ininterrupta às crianças e famílias em condição de vulnerabilidade social. 

Com larga atuação em projetos nas comunidades ribeirinha do entorno de Manaus, aquela era a oportunidade do professor universitário fazer algo novo, dentro de uma proposta diferente de acolhimento de crianças e jovens. 

“O nosso primeiro trabalho foi encontrar as mães-sociais para as casas de acolhimento e divulgar o nome da Aldeias Infantis”, se recorda.


Em 1º de setembro de 1994, Nelson se tornou o primeiro funcionário da nova extensão da entidade global em território brasileiro. Nos últimos 25 anos, ele desempenhou diversos papéis dentro da organização, desde áreas de gerenciamento e gestão até o atendimento direto com crianças, adolescentes e famílias. Em 2000, foi transferido para Brasília e acumulou passagem pelo programa de Rio Bonito, em São Paulo, até retornar para Manaus, em 2013.
 

A organização de Manaus foi expandindo ao longo dos anos para os bairros de Redenção e da Paz, e chegou a comportar 12 casas-lares, com 140 crianças acolhidas. Nos últimos anos, com o redirecionamento dos esforços para o fortalecimento das famílias, a estrutura passou a oferecer serviços de capacitação e assistência, como o Centro DiaCasa de Oportunidades e a Casa Azul, com ênfase no tratamento de crianças e adolescentes com espectro autista. Atualmente a unidade assiste mais de 85 crianças e 25 famílias, sendo 12 venezuelanas.

“Agora nós trabalhamos com a prevenção ao abandono e o fortalecimento dos vínculos familiares, para garantir que a criança permaneça na sua família de origem”, afirma o gestor.

Depois de 25 anos de dedicação completados em setembro, Nelson projeta uma saída gradual dos compromissos da organização para o fim de 2020. Em mais de duas décadas de atenção às crianças, jovens e famílias da Aldeias Infantis, o homem espera encerrar a sua missão expandindo a organização para outros pontos do Amazonas.

“É preciso aprender que cada criança é uma história diferente e que o mais importante é levar essa motivação de carinho para frente”, diz.