O amor e o cuidado dos Pais Sociais

Conheça a profissão que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de crianças e adolescentes que vivem em situação de acolhimento 

Neste domingo, 13 de agosto, comemora-se o Dia dos Pais e a Aldeias Infantis SOS celebra a data com destaque para o importante papel desempenhado pelos Pais Sociais. Os profissionais atuam diretamente no cuidado e na proteção de crianças e adolescentes que perderam o cuidado parental e se encontram em situação de acolhimento. 

O serviço de acolhimento da Organização constitui uma resposta eficaz e sensível às necessidades individuais de cada participante que, temporária ou permanentemente, não pode mais conviver com seus responsáveis. 

Essas pessoas encontram cuidado e carinho nas Casas Lares, ambientes acolhedores e familiares onde recebem a atenção e o apoio necessários para que possam se desenvolver e se tornar sua melhor versão. 

“Cada Casa Lar conta com um Cuidador ou Cuidadora, carinhosamente chamados de Pai ou Mãe Social, profissionais dedicados que abraçam a responsabilidade de cuidar e orientar até 10 crianças em um ambiente amoroso e enriquecedor. Eles contam com o apoio de uma cuidadora ou um cuidador substituto que os apoia nas tarefas cotidianas da Casa Lar. Essa abordagem permite que sejam estabelecidos os vínculos necessários para um cuidado de qualidade, apoio às famílias de origem e para que os irmãos permaneçam juntos, promovendo a conexão emocional e proporcionando um senso de continuidade em suas vidas”, destaca Michele Mansor, Gerente Nacional de Desenvolvimento Programático da Aldeias Infantis SOS. 

Elielson une propósito à sua profissão e transforma vidas 
 
Elielson Pinheiro do Nascimento, 41 anos, é Pai Social na Aldeias Infantis SOS em São João da Mata (BA). Em processo de conclusão do curso de pedagogia na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e com um vasto currículo de experiências como educador social e orientador educacional em organizações do terceiro setor, ingressou na Organização em 2023, quando as atividades foram iniciadas no município. 

Sempre dedicado e engajado em projetos sociais, Elielson teve seu primeiro contato com a Organização ainda adolescente, ao participar de uma fanfarra local desenvolvida na extinta unidade de Coutos, bairro em Salvador (BA). 

O pedagogo conta que identificou na Aldeias Infantis SOS a oportunidade de unir propósito ao trabalho, tendo a chance de reaprender a paternidade. Com um filho biológico de 16 anos, ele agora abraça mais 8 filhos do coração, cada um com suas peculiaridades e trajetórias únicas. 

“As pessoas que receberam a dádiva de ser pai podem abraçar com carinho, pois é um privilégio. Depois que vemos os frutos, percebemos o quão maravilhoso é fazer parte da construção de um ser”, ele ressalta. 

Elielson também conta com o apoio de outros cuidadores e de uma equipe multidisciplinar da Organização, para garantir que essas crianças e adolescentes possam vivenciar um ambiente repleto de amor, estabilidade e desenvolvimento. Com uma visão de futuro inspiradora, ele compartilha suas expectativas: "Meu sonho é que, além de experienciarem uma vivência de cuidado, as crianças possam se desenvolver plenamente, com estrutura emocional para vencer na vida, que elas tenham uma profissão, possam fazer faculdade e ser cidadãs críticas. Sonho o que todo pai sonharia para seus filhos". 

Pai Social como profissional 

A Lei 2971/04 estabelece o papel dos Pais Sociais, indivíduos dedicados a zelar pelo bem-estar de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade no sistema de casas-lares. Reconhecida e respaldada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) desde 2011, essa profissão desempenha um papel valioso na proteção e no desenvolvimento dos jovens em risco. 

O Pai Social é equiparado à figura da Mãe Social, em que as atividades são regulamentadas pela Lei 7.644/87. As instituições de assistência têm a prerrogativa de contratar tanto Pais Sociais quanto Mães Sociais para oferecer às crianças e adolescentes as condições familiares ideais. 

Em paralelo aos benefícios concedidos às mães sociais, o Pai Social tem direito à sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) devidamente registrada, usufruir de um repouso semanal remunerado de 24 horas, férias anuais de 30 dias, receber o 13º salário e contribuir para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Além disso, é considerado segurado obrigatório da Previdência Social. 

As responsabilidades assumidas pelos Pais e Mães Sociais, sejam eles homens ou mulheres, são equivalentes. Elas abrangem desde a criação de um ambiente familiar saudável até a orientação e assistência direta a crianças e adolescentes sob seus cuidados. 

“A Aldeias Infantis SOS reconhece e celebra o papel vital desempenhado pelos Pais Sociais, cujo comprometimento e dedicação têm o poder de moldar o futuro de suas crianças”, finaliza Michele. 

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