maio 7 2021

Mulheres imigrantes produzem artesanato como fonte de renda

Mães indígenas da etnia Warao resgatam sua cultura com arte feita manualmente com fibra de buriti e miçangas

 

Refugiadas da Venezuela, mulheres indígenas da etnia Warao estão vendendo artesanatos manuais como uma opção de presente para o Dia das Mães deste ano. A produção é feita no acolhimento Tapanã, em Belém (PA), onde essas pessoas estão vivendo desde maio de 2020.

Trazendo as raízes da sua cultura por meio do artesanato, as mulheres criaram colares, bolsas e redes, de miçangas e fibra de buriti. Os materiais foram doados por pessoas dispostas a ajudá-las a desenvolver seus talentos como forma de renda.


 

“As doações vieram espontaneamente por pessoas que conhecem nosso trabalho de acolhimento com a comunidade Warao”, conta Renato Conceição, pedagogo e Assistente de Desenvolvimento Familiar Comunitário da nossa organização em Belém.

A Aldeias Infantis SOS Brasil, em parceria com ACNUR , está atuando diretamente com 215 famílias da etnia Warao em Belém (PA).

Com dificuldades para acessar empregos formais, parte dos refugiados trabalha como autônomos vendendo artes ou outros utensílios. Nesse período de agravamento da pandemia no país e maiores restrições de circulação e funcionamento do comércio, os Warao têm se mantido por meio de doações articuladas por organizações humanitárias e empresas privadas.

Com a chegada do Dia das Mães e a doação dos materiais, as artesãs pretendem doar suas artes para a comunidade local. Quem tiver interesse em adquirir alguma peça, pode entrar em contato por telefone: 091988285041.


 

Os encontros para a produção das máscaras e a convivência no acolhimento Tapanã segue todos os protocolos de segurança como obrigatoriedade do uso de máscara, disponibilização de álcool em gel e orientações para o devido distanciamento social.

Os Warao no Brasil

Em decorrência da crise econômica que atinge a Venezuela desde 2014, milhares de famílias da etnia Warao, oriunda do norte do país, migraram para o Brasil, onde enfrentam as inúmeras dificuldades do êxodo urbano. Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), desde 2017, mais de 4 mil indígenas Warao vieram ao Brasil. Em 2019, o fluxo de venezuelanos em deslocamento aumentou. Das 82.520 solicitações de reconhecimento de condição de refugiado feitas no ano, 65,1% eram de venezuelanos.

Em Belém, a comunidade tem sido apoiada por um projeto da Aldeias Infantis SOS Brasil feito em parceria com ACNUR, que visa proteger as comunidades. Juntas, as organizações têm feito diversas ações, entre elas uma força-tarefa para auxiliar sobre a renovação do Protocolo de Solicitação de Reconhecimento da Condição de Refugiado.

O protocolo e funciona como um documento de identidade, atestando a condição migratória regular no país e possibilitando o acesso a outros direitos, como a abertura de conta bancária, emissão de carteira de trabalho e previdência social e o cadastro de pessoa física (CPF). A organização tem atuado junto aos órgãos competentes para emissão dos documentos. Desde o começo do ano, mais de 116 pessoas renovaram o Protocolo por meio da ação da organização humanitária.

Além dos adultos, crianças Warao nascidas no país também começam a ganhar o direito da certidão de nascimento brasileira.

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