Biomédica com síndrome rara viaja o mundo e promove os direitos dos jovens

Paloma de Souza sonha em mudar a vida de outras pessoas com sua profissão

Com um microfone na mão e cercada por pessoas de todo o mundo, Paloma de Souza (21) segurava o nervosismo ao se apresentar na Conferência Global do projeto de apoio aos jovens, YouthCan!, em maio deste ano. Recém-formada em biomedicina, Paloma é natural de São Paulo (SP), e luta para que a participação e os direitos da juventude sejam respeitados. 

Nascida com a rara Síndrome Linfoproliferativa Autoimune (ALPS), ela passou muitos momentos da sua infância e adolescência em hospitais. A doença afeta o sistema imunológico, por isso, uma leve gripe pode ter um grande impacto em sua vida. Mas o que poderia limitá-la, só impulsionou a vontade de ajudar outras pessoas, o que foi decisivo para a escolha da sua profissão. “Eu decidi ser biomédica para estudar e entender melhor a ALPS e como poderia apoiar as pessoas que convivem com a síndrome”, relatou Paloma. 

Com a escolha da carreira, um novo obstáculo: como pagar pela faculdade? Na sua casa, onde mora com os pais e o irmão, a jovem adaptou a garagem para dar aulas de inglês, idioma que ela domina bem, e ainda contou com o apoio do professor, Igor, para organizar os materiais e a dinâmica das aulas. O sucesso foi tanto, que até hoje ela segue ensinando, mas de forma virtual. 

E não é o que o esforço valeu a pena? Com um grande desejo de conhecer o mundo, depois da formatura a jovem viajou para a Argentina e para o Chile. Além da renda das aulas de inglês, ela também economizou o dinheiro da bolsa de iniciação científica, que participou durante três anos na universidade. “Eu amo viajar, quero conhecer mais países e sonho em um dia morar fora, em um país que valorize a minha profissão”, compartilhou a biomédica. 

Além dos vizinhos latinos, Paloma teve a chance de se encantar com uma das cidades mais antigas da Alemanha, Bonn. Conhecida por ser a cidade do famoso pianista, Beethoven, Bonn é repleta de construções medievais e muita cultura. Foi nesse lugar especial que ela se destacou ao compartilhar informações sobre o cenário dos jovens no Brasil e sobre a importância da plataforma YouthLinks, criada para disseminar informações estratégicas entre os jovens participantes da Aldeias Infantis SOS em todo o mundo. 

“Participar da Conferência foi incrível! Eu dormia e acordava falando inglês, e foi a primeira vez que só conversei nesse idioma. Todos foram super calorosos e receptivos”, recordou Paloma. 

Paloma e o Presidente da Aldeias Infantis SOS, Dr. Dereje Wordofa

A relação com a Aldeias Infantis SOS 
 

Em 2018, Paloma conheceu uma das unidades em São Paulo, localizada no Jardim Colonial. A jovem, que buscava uma organização para apoiá-la com um psicólogo, encontrou essa possibilidade em nossa equipe, e desde então, participa de vários projetos, formações e representa os jovens em eventos da Aldeias Infantis SOS pelo mundo. Atualmente, ela colabora com o Coordenador Nacional de Juventudes para desenvolver um Comitê de Jovens, com representantes das localidades onde atuamos. 

Paloma segue forte em sua trajetória acadêmica e iniciou uma pós-graduação em farmácia e oncologia. Para os jovens, ela deixa um recado importante: “Acredite em você mesmo. Quando menos esperar, as coisas acontecem, e de um jeito muito melhor do que imaginou”. 

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