abril 2 2024

Aldeias Infantis SOS celebra 57 anos de cuidado e acolhimento no Brasil

Organização global presente em mais de 130 países, atua junto a crianças, adolescentes e jovens que perderam o cuidado parental ou que estão em risco de perdê-lo

 

 

Em abril, a Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages), organização global que lidera o maior movimento de cuidado do mundo, celebra 57 anos de atuação no Brasil com motivos de sobra para celebrar. 

A Organização atua junto a crianças, adolescentes e jovens que perderam o cuidado parental ou que estão em risco de perdê-lo, trabalhando  para fortalecer famílias, evitando a perda do vínculo familiar, além de desenvolver ações humanitárias e apoiar os jovens em sua autossuficiência.  

“Concluímos o ano de 2023 com mais de 6.300 pessoas assistidas, entre crianças, adolescentes, jovens e famílias, de norte a sul do país”, comemora Alberto Guimarães, Gestor Nacional na Aldeias Infantis SOS. 

Somente no Brasil, a Aldeias Infantis SOS está presente em 29 localidades e oferece mais de 80 projetos, que contam com o apoio de doações para impactar um número cada vez maior de famílias.  

 


Um dos projetos de sucesso da Organização são as Casas Lares, espaços familiares e comunitários que abrigam até 10 crianças. Nestes locais, a Aldeias Infantis SOS conta com o apoio das Mães Sociais e o suporte de uma equipe multidisciplinar, composta por coordenador, assistentes sociais e psicólogos, que garante um convívio familiar e harmonioso para meninos e meninas que foram afastados da família de origem, com o cuidado adicional de não separar irmãos.  

Por meio de cuidados individualizados, as Mães Sociais gerenciam as Casas com autonomia, oferecendo orientações e respeitando a origem familiar, as raízes culturais e a religião de cada um. É levada em consideração as particularidades de cada núcleo familiar, numa rotina de cuidado e proteção. 

Por lei, as crianças só podem permanecer sob os cuidados da Organização até completarem 18 anos. Porém, ciente dos desafios que os jovens egressos de serviços de acolhimento encontram, a Aldeias Infantis SOS inaugurou em 2023 , em parceria com o Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom) de Limeira (SP), uma República para Jovens na cidade, proporcionando um ambiente seguro e acolhedor para jovens entre 18 a 21 anos que estão em processo de desligamento dos serviços de acolhimento. 
 

Inauguração da República para Jovens em Limeira (SP)

 
Dados  

O Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),  indica que 32 mil crianças e adolescentes estão afastadas do convívio familiar em serviços de acolhimento. De acordo com a pesquisa Vozes (IN)escutadas realizada pela Aldeias Infantis SOS, por meio do Instituto Bem Cuidar, 80% desse total está concentrado nas regiões Sudeste e Sul do país. 

A faixa etária também é diversificada, sendo 25% delas com idade entre 0 e 5 anos, 27% entre 6 e 11 anos, 44% entre 12 e 17 anos e 5% com 18 anos ou mais. O estudo destaca ainda que mais de 80% viveram em serviços de acolhimento por mais de cinco anos, período superior ao estabelecido pela legislação (18 meses). 

“Nosso objetivo com a pesquisa é difundir vozes de crianças e adolescentes em acolhimento, da juventude egressa desses serviços e famílias que estão em situação de risco de perda do cuidado parental, a fim de contribuir e qualificar o sistema de atendimento e os poderes públicos. A pesquisa revelou que muitas das dificuldades enfrentadas pelas famílias vulneráveis no cuidado parental estão relacionadas à ausência de políticas públicas adequadas, fazendo recair uma injusta culpabilização sobre grande parte delas, especialmente econômica”, ressalta José Carlos Sturza de Moraes, coordenador geral do Instituto Bem Cuidar. 

O levantamento, realizado entre novembro de 2022 e março de 2023, abrange todas as regiões do país, incluindo 23 estados, o Distrito Federal e mais de 200 municípios.  

 


 
Refugiados 

Iniciado em 2018, o Programa Brasil Sem Fronteiras, uma parceria entre a Aldeias Infantis SOS e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), oferece suporte a migrantes venezuelanos e afegãos, alcançando a marca de mais de 4,6 mil pessoas e 1,2 mil famílias acolhidas desde então. 

Além de um local adequado para morar, os refugiados contam com alimentação e acesso a serviços de saúde. As crianças, por sua vez, são matriculadas no ensino regular. Os participantes recebem apoio abrangente, incluindo moradia, alimentação, acesso à saúde, educação para as crianças e suporte para integração no mercado de trabalho.  

Os venezuelanos encontram-se nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto os afegãos estão acolhidos em Poá (SP).     

 

 

Os venezuelanos chegam ao Brasil em situação de vulnerabilidade e atravessam a fronteira pelo estado de Roraima, no Norte do país. Lá, aguardam sua interiorização por meio da Operação Acolhida, uma estratégia do Governo Federal que visa encaminhá-los a outros municípios, garantindo melhor inclusão na sociedade brasileira e aliando a pressão no estado roraimense. Já os afegãos têm direito ao visto humanitário, concedido nas Embaixadas Brasileiras de capitais próximas do Afeganistão e atrelado à capacidade de abrigo no Brasil. O visto humanitário possibilita a emissão de documentos, como carteira de trabalho, registro nacional de estrangeiro (RNE – identidade do estrangeiro), carteira de motorista, além de todos os direitos assegurados e proteção legal no país. 

 

 

A população afegã começou a ser atendida em setembro de 2022 e, desde então, 54 famílias foram acolhidas, totalizando cerca de 260 pessoas. Já os venezuelanos totalizam mais de 4.400 migrantes desde 2018.  

Durante o processo, é oferecido suporte para regularização de documentos, validação de diplomas, renovação de vistos, aprendizado do idioma português e tradução de currículos, visando facilitar a integração das famílias no mercado de trabalho e garantir os direitos dos que deixaram o seu país de origem em busca de segurança e dignidade. 

 

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