Aldeias Infantis empodera mulheres em Foz do Iguaçu

Projeto em parceria com a Unioeste, visa proteger crianças e adolescentes.

A Aldeias Infantis SOS Brasil de Foz do Iguaçu e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná realiza, desde 2016, o Projeto “Cultivando o Cuidado”. O projeto é voltado ao atendimento de mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica, com risco de perda do cuidado parental.

O Projeto parte da premissa de que o cuidado com a criança e o adolescente envolve também bem-estar de seus tutores. Grande parte destes, também tiveram seus direitos violados quando crianças.

O objetivo desta ação é, justamente, quebrar o ciclo de vulnerabilidade social e econômica por meio do empoderamento de mulheres, gerando autonomia financeira e despertando a consciência em relação aos seus próprios direitos.

O Projeto Cultivando o Cuidado proporciona acompanhamento psicológico familiar, direcionamento profissional em oficinas de formação e empoderamento econômico. Desta forma, o projeto contribui para a diminuição de casos de acolhimento institucional, cujas motivações tem relação com a violação de direitos femininos.

Em Foz do Iguaçu, foi criada a formação “Pão da Terra”, que utiliza o laboratório de alimentos e bebidas do curso de Hotelaria da Unioeste - com equipamentos de panificação e confeitaria -e conta com o apoio de professores da universidade para a definição da grade curricular. Os colaboradores da Aldeias Infantis SOS Brasil também participam da definição das estratégias de abordagem durante as oficinas.

Por parte da Aldeias Infantis, destaca-se a colaboradora da área de psicologia para coordenar as ações, além de oficineira, que a aplica o conteúdo prático. São realizadas duas oficinas semanais, a partir das quais ocorre a venda dos produtos e a organização do fornecimento de serviços para eventos (salgados e doces para coffee-breaks, entre outros).

Até o momento, foram disponibilizadas mais de 380 horas de aula por semestre de curso, mais de 100 crianças e adolescentes foram impactados indiretamente e 35 mulheres foram beneficiadas diretamente. Destas, 17 já se formaram e foram certificadas pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, sendo que 10, já estão realizando produção de pães e doces individualmente e complementando sua renda com a venda dos produtos.

Por fim, nenhum acolhimento institucional foi notificado durante o período da aplicação da metodologia, com índice de 100% de permanência de crianças e adolescentes sob os cuidados das famílias durante o período.

“Eu passava muamba no Paraguai, não tenho estudo e nunca imaginei que um dia eu estivesse recebendo uma formação. Eu nem acredito! Quando eu falo que é minha formatura, as pessoas dão risada da minha cara. Acho que elas também não acreditam, mas diante de tantas lutas, eu venci!”, C., formada pelo projeto "Pão da Terra".

"Quando aprendi as receitas, já falei para as meninas: vamos fazer em casa, com o que vamos gastar de gás, podemos fazer pão para 4 dias, vai sair mais barato. Se ficar bom, logo podemos fazer para vender'", A., mãe de 7 crianças, atualmente vendedora autônoma de pães e doces.

Esta é mais uma ação da Aldeias Infantis SOS Brasil que visa fortalecer famílias e evitar o abandono de crianças e adolescentes!