junho 12 2023

Mês das pessoas refugiadas

Emocione-se com a história de Yelitza Paredes,
uma venezuelana que encontrou um lar no Brasil

 

 

Neste mês, celebra-se o Dia Mundial do Refugiado, uma data para exaltar a força e a coragem das pessoas que precisam deixar seus países em busca de melhores condições de vida para si e suas famílias. 

Em homenagem a elas, compartilhamos a história de Yelitza, Assistente de Desenvolvimento Familiar e Comunitário na Aldeias Infantis SOS no Rio de Janeiro. 

Yelitza Josefina Lafont Paredes é professora, formada na Venezuela e mãe de 5 filhos. Ela trabalhava com muito amor em seu país, com todo o carinho que sempre teve pelas crianças.  

No entanto, mesmo buscando fontes alternativas de renda, o pagamento que recebia não era suficiente para sustentar sua família, e assim, ela decidiu deixar a Venezuela para buscar oportunidades no Brasil. 

 

 

Para ela, tudo estava devidamente planejado. Atravessaria a fronteira junto com seu filho de 18 anos, onde um conhecido iria buscá-los, mas infelizmente, a pessoa nunca apareceu. Ao chegar em Boa Vista (RR), sem rede de apoio, Yelitza e seu filho moraram por 7 meses nas ruas da cidade, passando por situações inimagináveis. Quando conseguiram apoio, os dois foram separados, já que seu filho era maior de idade e precisaria ficar em um abrigo para homens, separado da mãe. Foi um período de muito sofrimento para eles que, juntos, encontravam forças para continuar sua jornada no Brasil. 

Pouco tempo depois, surgiu a possibilidade de irem para o Rio de Janeiro, onde seriam acolhidos pelo programa "Brasil Sem Fronteiras", desenvolvido pela Aldeias Infantis SOS em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) em diversas localidades no país.  

"Quando chegamos, eu vi que não seríamos separados de novo, tudo era diferente e nós choramos. Choramos de tanta alegria em saber que nós teríamos um quarto para nós. A Aldeias Infantis SOS me deu um lugar digno para descansar”. 

 

Aldeias Infantis SOS no Rio de Janeiro. Foto: UNIC Rio/Luise Martins

 

Yelitza e seu filho, assim como todos os migrantes que chegaram ao Rio, receberam o apoio da equipe da Organização, com uma casa digna e todas as capacitações necessárias para serem independentes no Brasil. 

No entanto, Yelitza encontrava dificuldades para conseguir um emprego. Então, passou a contribuir com a Aldeias Infantis SOS com tarefas simples. Além disso, ela começou a buscar e ajudar os migrantes venezuelanos que chegavam ao Rio por conta própria, sem uma rede de apoio, compartilhando seu conhecimento e o aprendizado que adquiriu em seu tempo no país. 

Ela montou um projeto social por conta própria, para ajudar e dar apoio escolar às crianças venezuelanas, seguindo sua paixão que sempre foi ensinar. Yelitza trabalhou também como Articuladora Comunitária em outra organização e, até mesmo, na OIM (Organização Internacional para as Migrações) fazendo pesquisas em Pacaraima (RR). 

 

 

Há cerca de um ano, surgiu a oportunidade de uma vaga temporária na Aldeias Infantis SOS, como Assistente de Desenvolvimento Familiar e Comunitário, trabalho que se tornou definitivo, graças à dedicação de Yelitza. Ela trabalha incansavelmente para compartilhar com seus irmãos venezuelanos todo o apoio que recebeu da Organização. 

Hoje, seus filhos já estão com ela no Brasil, e sua emocionante história traz muitos aprendizados sobre o trabalho com amor, a importância do respeito, da inclusão e das oportunidades para pessoas migrantes. 
 

“Na vida do migrante, o que se deixa para trás, não cabe em uma mala”. (Yelitza Paredes) 

 

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